A Sociedade Beneficente 13 de Maio teve um papel fundamental na organização da população negra em Curitiba, especialmente no período pós-abolição. A atuação de seus presidentes reflete os desafios e transformações sociais do Brasil ao longo dos séculos XIX e XX. Destaca-se que, até o momento, nenhuma mulher assumiu a presidência, ainda que figuras femininas tenham desempenhado papéis importantes, como Sebastiana Garcia e Maria da Luz Garcia.
Essa ausência feminina na liderança evidencia um padrão recorrente nas organizações da época, onde a participação das mulheres, ainda que significativa, era frequentemente secundária. Contudo, a existência de grêmios femininos, como o Grêmio das Camélias, mostra que as mulheres negras também buscavam organização e representatividade dentro da Sociedade.
A inclusão de José Nogushi na presidência da Sociedade Beneficente 13 de Maio simboliza uma inflexão na trajetória da entidade. Embora tenha sido criada para atender especificamente à população negra, a eleição de um presidente de origem oriental demonstra uma reconfiguração nas relações sociais e na forma como a entidade se posiciona na sociedade. Isso não diminui a centralidade da luta negra dentro da Sociedade, mas sinaliza como diferentes grupos historicamente marginalizados podem encontrar espaços de interseção dentro de uma mesma organização.
A Sociedade Beneficente 13 de Maio continua a ser um marco da história da população negra curitibana, e sua linha do tempo reflete as lutas, conquistas e desafios enfrentados ao longo de sua existência.
Reconhecer a sua história significa dar destaque à trajetória da comunidade afro-brasileira no Paraná.
© 2025 Memorias Curitibanas, todos os direitos reservados.
PROJETO APROVADO PELA SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA – GOVERNO DO PARANÁ, COM RECURSOS DA LEI PAULO GUSTAVO, MINISTÉRIO DA CULTURA – GOVERNO FEDERAL